Notícias
FUNAPE FAZ PALESTRA SOBRE ACESSIBILIDADE E BUSCA A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
- 06/10/2010
- 12h35min
Dentro das ações traçadas para melhorar a qualidade de vida dos servidores públicos estaduais, a acessibilidade aos portadores de deficiências está entre as políticas de inclusão social, que a Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado (Funape) coloca na ordem do dia. Na segunda-feira (05), a Unidade de Recursos Humanos (URH) promoveu a palestra: “Como Lidar com as Pessoas com Deficiência – Ênfase no Deficiente Auditivo”, atraindo muitos interessados no assunto.
Sendo um órgão de atendimento, em sua maioria, ao servidor aposentado, ao pensionista e familiares, a Funape, pela própria natureza, lida, muitas vezes, com situações especiais, seja pela dificuldade de locomoção do idoso, pela deficiência auditiva, visual, mental ou simplesmente pelo motivo elementar de atender bem os seus clientes. Embora essa já seja uma rotina, a URH decidiu fazer o encontro dos funcionários com os profissionais especialistas no assunto para aperfeiçoar o imperfeito. “Eu sempre peço para que a pessoa olhe nos meus olhos, porque assim ela entende mais as nossas explicações”, disse a atendente Elisabeth Matoso, numa demonstração de esmero. Para Marcus Ewen, responder satisfatoriamente os questionamentos do beneficário é uma conquista diária. “Eu me empenho, ao máximo, para atendê-los”, afirmou.
Entre o desejo de atender bem e a forma mais adequada, a Funape busca assegurar o direito e a satisfação do cliente. Para isso, deu início a um processo de orientações, através de palestras, debates e cursos na instituição. Na tarde da quinta-feira (05), três fonaudiólogas discorreram sobre um conjunto de normas que podem fazer a “diferença”. “Como devemos nos referir à deficiência?” Pergunta a professora de Fonoaudiologia do Trabalho, Carla De Brito. Segundo ela e de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os termos: Pessoa Portadora de Deficiência ou Pessoa com Deficiência, caracterizam que a deficiência está na pessoa, mas não a coloca como inválida. “A deficiência é apenas uma dentre várias características pertencentes a estas pessoas”, explica. Ela cita alguns critérios para um atendimento correto: paciência e disponibilidade. Atendimento sem pressa ou interrupção. Respeito ao ritmo de cada um.
O tratamento deve ser atencioso e natural e nunca permeado de assistencialismo, pena ou compaixão. A professora acredita que o atendimento deve ser personalizado levando em conta a deficiência, para melhor atendê-lo.
A professora Jamile de Vasconcelos, especialista em voz e motricidade orofacial, enumerou várias formas de lidar com pessoas com deficiência. “Ao atender um(a) portador(a) de deficiência visual, lembre-se de se apresentar como funcionário da Funape para que a pessoa possa reconhecê-lo. Em uma conversa, procure fornecer o máximo possível de orientações verbais. Desta forma a conversa fluirá normalmente. Ao ajudá-la a sentar-se, coloque a mão livre dela no encosto da cadeira para que ela se situe. Ao se afastar, avise. Existem pessoas com visão subnormal que podem aparentemente não precisar de ajuda, mas, às vezes, necessitam. No caso de deficientes físicos, ao guiar uma pessoa em cadeira de rodas, escolha um caminho com menos obstáculos. Caso a conversa se prolongue, procure se sentar para ficar na mesma altura da pessoa que estiver na cadeira de rodas”. No geral, ela aconselha: “paciência e respeito sempre!”.
LIBRAS
Como atender o cliente/usuário com deficiência auditiva ou surdo? De acordo com a pesquisadora da área da surdez e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), Adriana Di Donato, “as pessoas com deficiência auditiva são aquelas que não fazem uso da Libras e podem ter perdas auditivas variadas adquiridas em qualquer etapa do seu desenvolvimento. Já as pessoas surdas fazem uso da Libras e, através dela, interagem com o seu meio. Compõem uma minoria linguística, com seus modos e sua cultura”.
A pesquisadora explica que “a visão é o sentido primordial da comunicação para as pessoas surdas, desse modo para atender esse cliente, se há fluência da Libras, melhor. Se não, pode-se fazer uso de gestos naturais, além da escrita e da fala oral”. Mas, faz uma ressalva. “O português falado e escrito nem sempre é bem compreendido pela pessoa surda. Por isso, o melhor é usar o português na ordem direta e simples, como por exemplo, ao invés de escrever: gostaria de saber se o (a) senhor(a) necessita de alguma informação? Opte por: Posso ajudar?” Na comunicação oral, a orientação é de que deve-se manter sempre o contato visual. Falar de frente. A boca e as expressões faciais precisam estar visíveis. No caso dos deficientes auditivos, deve-se observar se o volume da voz está compreensível. Caso contrário, deve-se falar um pouco mais alto e perguntar se está sendo ouvido(a).
Na busca pela melhoria da qualidade dos seus serviços, a Funape, através da URH, oferecerá aos funcionários, cursos específicos de comunicação com as pessoas portadoras de deficiências. A previsão é de que em agosto tenha início o curso para conhecimento da Libras.